A organização de Direitos Humanos publicou o documento nas vésperas do Conselho de Segurança das Nações Unidas que a 29 de agosto discute a questão do Kosovo..No documento da Amnistia Internacional, a organização pede à ONU que "resolva" o legado deixado pelo conflito, que inclui o "destino de pessoas desaparecidas de todas as comunidades do Kosovo" e defende que "sejam levados à Justiça os responsáveis de crimes contra a humanidade".."O fracasso da INMIK no momento de investigar o que se constituiu num ataque amplo e sistemático contra a população civil e, potencialmente, em delitos contra a humanidade, contribuiu para o clima de impunidade que prevalece no Kosovo", denunciou Sian Jones, perita da Amnistia Internacional nas questões do Kosovo, num comunicado divulgado em Londres..Sian Jones defendeu também que os crimes contra a humanidade devem ser investigados e que as famílias das pessoas sequestradas e mortas devem ser alvo de compensação..A Amnistia Internacional entende que a ONU "não deve permitir que se iluda por mais tempo a sua responsabilidade"..O documento da Amnistia Internacional é baseado nos dados do painel de assessores de Direitos Humanos estabelecido pela missão da ONU no Kosovo e que recebeu 150 queixas de familiares de desaparecidos que podem ter sido sequestrados por membros do Exército Kosovar de Libertação..O painel concluiu que em vários casos a missão da ONU não apresentou provas de que estava a investigar os casos enquanto que noutros a polícia da ONU desistiu da investigação depois de encontrar, identificar e entregar à família os corpos das vítimas..Apesar das evidências e das recomendações, a UNMIK não adotou nenhuma medida para compensar as famílias das vítimas, acrescenta o documento..A atuação da ONU acabou por permitir que muito poucos responsáveis por crimes no Kosovo fossem levados à Justiça.